Central de Marcação: (21) 2493-8561

Estudos avançam e a cura da cegueira está cada vez mais próxima.

estudos-avancam_thumb

Ao longo da última década, os progressos científicos levantaram debates nos quais se discute algo impensável há 10 ou 20 anos: derrotar a cegueira e, o melhor, em pouco tempo.

Dentre os esforços desenvolvidos, as células estaminais pluripotentes e os implantes biomédicos (ou “biónicos”) proporcionaram, de forma semelhante, pelo menos alguma visão às pessoas que antes estavam cegas. As células pluripotentes, também chamadas células-tronco, são células em fases precoces de desenvolvimento, ou seja, antes de se diferenciarem em peças formativas dos olhos, dos cérebros ou de outros órgãos. A utilização de células-tronco revela-se cada vez mais promissora para a substituição ou recuperação das células retinianas defeituosas subjacentes a muitas causas da cegueira.

A primeira geração de retinas biónicas (microchips que proporcionam estímulos elétricos para ativação das células retinianas, induzindo a percepção visual) obteve sucesso em pacientes portadores de Retinose Pigmentar, uma doença degenerativa da retina, que durante muitos anos não viram nada. No entanto a resolução desses implantes ainda é muito baixa, fazendo com que esses pacientes consigam apenas identificar formas grosseiras como, por exemplo, localizar uma janela, seguir uma calçada ou evitar esbarrar nas pessoas ou objetos durante sua locomoção.

Na Califórnia, uma equipe de especialistas está a frente destas pesquisas. Um dos responsáveis é Dr. Mark Humayun, e o seu primeiro grande projeto consistiu em co-inventar o Argus® II que se tornou o primeiro implante retiniano comercializado. O Argus® II funciona da seguinte forma: uma mini câmera acoplada aos óculos do paciente capta a imagem e transmite até uma unidade processadora, geralmente presa ao cinto do paciente. A imagem é então transformada em estímulos elétricos que são transmitidos de forma sem fios para uma rede de 60 eléctrodos adaptado dentro do olho do paciente.

A colocação deste implante em retinas humanas contribuiu para inspirar a criação do dispositivo de células-tronco que o Dr. Humayun está desenvolvendo em conjunto com outros profissionais. Ele e o seu colega, o biólogo Dennis Clegg, apelidaram esse implante simplesmente de “adesivo”.

Humayun e Clegg planejam utilizar este adesivo de células pluripotentes para o tratamento da degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A cegueira provocada pela DMRI acomete a visão central, responsável por funções importantes como a visão de detalhes e leitura. Esses pacientes geralmente queixam-se de mancha na visão central (escotomas) que pode estar associado à distorção da visão (metamorfopsia). A DMRI é a causa mais comum de perda de visão não tratável, responsável por 5% do total de casos de cegueira no mundo.

A forma mais comum de DMRI deve-se a atrofia progressiva lenta de uma camada de células da retina, o epitélio pigmentar da retina (EPR). O EPR proporciona um apoio essencial à camada celular de fotorreceptores, situada imediatamente à sua frente. Humayun e Clegg esperam que as células pluripotentes presentes em seu adesivo substituam as células de EPR degeneradas. Em estudos com animais conduzidos por eles mostrou que isso é possível.

O estudo clínico em pacientes teve início recentemente e terminará em 2018. Se produzir resultados, poderá ser útil no tratamento da DMRI e de outras formas de cegueira. É possível que Humayun e Clegg também aprendam algo sobre a maneira de utilizar esse modelo em estruturas biológicas de outros órgãos. A humanidade está torcendo por eles.

Fonte: Revista National Geographic – Ed. Setembro 2016

Gostou? Compartilhe nas redes sociais:

Você também pode gostar:

Resultado de Exames

Prof. Dr. Gustavo Novais

Córnea & Refrativa

Director of communications PanCornea Society (2015-2016).

Diretor de cursos da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (2015-2016).

Doutor em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM).

Chefe do setor de córnea da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO).

Formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO).

Residência médica em Oftalmologia no Hospital Municipal da Piedade/RJ.

Fellowship em córnea e doenças externas – McGill University, Montreal/Canadá.

Fellowship em córnea e doenças externas – Hospital Oftalmológico de Sorocaba/SP.

Observership em córnea e doenças externas – Massachusetts Eye and Ear Infirmary- Harvard- Boston/EUA.

Observership em córnea e doenças externas – Bascom Palmer Eye Institute – Miami/EUA.

Prof. Dr. Eduardo Novais

Retina Cirúrgica/Clínica & Mácula

• Pós-doutorado pelo New England Eye Center at Tufts School of Medicine, Boston/Estados Unidos.

• Doutorado em Oftalmologia (Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina – UNIFESP/EPM).

• Especialista em retina cirúrgica e clínica (UNIFESP/EPM).

• Oftalmologista formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e pelo International Council of Ophthalmology (ICO).

• Fellowship no The Henry C. Witelson Ocular Pathology Laboratory – McGill University, Montreal/Canadá.

• Membro da equipe de pesquisa clínica em Oftalmologia da Unifesp/EPM, liderada pelo Prof. Dr. Rubens Belfort Jr. e Profa. Dra. Cristina Muccioli.

• Membro da Academia Brasileira de Oftalmologia (ABO).
Membro do programa “Jovens lideranças médicas” da Academia Nacional de Medicina.

• Membro Titular da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.